quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tem samba de sobra em "Olê, Olá".




Mesmo já tendo concluído a leitura do livro "Histórias e Canções", de Wagner Homem, onde o autor narra, como bem diz o título,  a história das canções de Chico Buarque de Holanda, não posso deixar de vez por outra contar alguma coisa sobre a belissima obra do compositor carioca. Sobre "Olê Olá", belíssima música e letra escrita em 1965, praticamente no ínicio de sua carreira, Chico lembra: "Ela trazia alguma coisa além de Pedro Pedreiro, música da mesma época. Eu lembro que fiquei uns três, quatro  meses sem mostrar para ninguém. Um dia, na casa do Roberto Freire, toquei e todos gostaram. Depois disso, comecei a ter certeza".
E de fato -lembra Wagner Homem- havia nela alguma coisa nova. Almir Chediak, músico e arranjador, comentou das dificuldades que teve para tirar a harmonia. "Me deu um trabalho danado. Há nela uma sequência harmônica diferente de tudo, uma coisa muito original",  garantiu.
Caetano Veloso, um dos grandes amigos de Chico, conheceu o compositor e cantor em 1965, quando este cantava  "Olê, Olá" num dos shows do Teatro Paramount. Encantado com a melodia e a facilidade com que Chico trabalhava a letra, copiou-a num pedaço de papel e anexou-a a uma carta encaminhada à  Dedé, sua namorada na época, dizendo: "Conhecí um cara que é a coisa mais linda". A amizade dos dois atravessaria décadas, embora com alguns arranhões.
Deve-e a "Olê, Olá" o estilo inconfundível do programa Ensaio Geral, da TV Cultura de São Paulo. Convidado para o programa por Fernando Faro, não havia meio de fazer Chico olhar  para a frente, o que obrigou o diretor a colocar uma câmera no chão a fim de mostrar o rosto de Chico e os olhos do artista, que até hoje continuam famosos.

Um comentário:

  1. Adoro essa música. e lembra até uma casa de shows que tinha na BR. O Chico é o Chico.

    ResponderExcluir