Este escriba hoje cedo teve uma missão triste, mas que fez de coração. Dar o último adeus ao companheiro cruzmaltino dos bons Paulo Ferrer. O radialista faleceu ontem por volta das 14 horas, vítima de complicações provenientes da diabetes, doença que Ferrer convivia já por vários anos.
Para nós, que tivemos longos anos de convivência com Paulo Ferrer, acompanhando sua trajetória como homem de Rádio, nas Rádio Marajoara, como o Repórter Amarelinho e no programa de Carlos Santos, e em outras emissoras como a Rádio Clube, Rádio Liberal e na Cultura, mas principalmente nas arquibancadas assistindo e brigando nos jogos da nossa Tuna Luso Brasileira, foi com tristeza que recebemos a notícia ontem à noite, através de outro cruzmaltino João Araújo, um dos grandes amigos do Ferrer. João me ligou para dar a notícia e ao mesmo tempo solicitar uma bandeira da Tuna, para que fosse colocada no caixão de Ferrer.
Paulo Ferrer, juntamente com Seu João, são para este escriba dois símbolos como torcedores da Tuna. Toda vez que nos encontrávamos nos jogos de nossa Águia, principalmente no Souza -já que Ferrer depois que a diabetes passou a lhe perseguir com mais intensidade saia pouco de casa-, passávamos horas conversando, falando dos áureos tempos de nossa Tuna, de nossas vitórias e títulos e de nossos sonhos para uma Tuna mais forte.
Lembro bem do Ferrer bem saudável, gordo mas sempre intrépido como repórter, fosse qual fosse a emissora que trabalhasse. Corria atrás de uma boa matéria e às vezes era o mais solto nas coletivas.
Quando o assunto era Tuna, que um colega na gozação provocava, ele sempre ficava sério, pois tinha -como este escriba e outros bons cruzmaltinos- a Tuna como sua segunda família. Ferrer era querido por todos que faziam Rádio, Jornal e TV. Os novos e veteranos do jornalismo paraense, tinham pelo goiano-paraense Paulo Ferrer um carinho especial.
No velório de Paulo Ferrer, ontem à noite e hoje pela manhã, na Igreja dos Capuchinhos, este escriba encontrou velhos e queridos amigos como Zaire Filho, Rui Guimarães, Paulo Caxiado, Sérgio Noronha, Cristino Martins, Valdo Souza, Edson Matoso, além do vice presidente da Federação Paraense de Futebol, José Ângelo Miranda.
Ferrer: tunante como poucos |
A viúva de Paulo Ferrer, dona Ruth Helena e sua cunhada Mara Lígia estavam inconsoláveis com a perda, mas se conformavam pelo fim do sofrimento do radialista, que era grande nos últimos tempos. "Ele estava muito debilitado. A diabetes foi muito cruel com o Ferrer, pois ele sofria muito. Infelizmente ele se foi, mas pelo menos parou de sofrer", falou Mara Ligia.
Este escriba lembra de Paulo Ferrer nas comemorações dos títulos da Tuna de 1985 e 1992. Ele invadiu o campo e era um dos que mais festejavam, gritando e quase chorando. Outro fato que ficou famoso na vida do Ferrer foi a história do sapo. Não lembro o nome do goleiro, mas lembro que era um jogo entre Tuna e Ceará. Espalharam que o goleiro do alvinegro cearense tinha medo de sapo. Ferrer, que era repórter de pista, ficou perto do gol do arqueiro alvinegro e ficou dizendo bem alto para ele e ouvir: "tem um sapo por aqui. E não é pequeno". O goleiro ouvindo aquilo ficou preocupado e não teve tranquilidade na grande área. Resultado: a Tuna venceu o jogo.
Aos familiares e amigos de Paulo Ferrer, nossos sinceros sentimentos. E a todos que pranteiam a sua partida, as nossas orações. Saudades cruzmaltinas.